quarta-feira, 28 de abril de 2010

I know how rotten you are

Sister Alma: Is it really important not to lie, to speak so that everything rings true? Can one live without lying and quibbling and making excuses? Isn't it better to be lazy and lax and deceitful? Perhaps you even improve by staying as you are. (No response) My words mean nothing to you. People like you can't be reached. I wonder whether your madness isn't the worst kind. You act healthy, act it so well that everyone believes you--everyone except me, because I know how rotten you are.

In Persona.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Woodstock 1969 x Coachella 2010

Janis acordou às duas da tarde depois de uma noitada em Orleans. Resolveu tomar uma cafeína para variar. Puxou o jornal.
Eis que uma reportagem sobre o Festival Coachella 2010 chamou a sua atenção. Teve saudades daqueles tempos de 1969. Enojou a organização tão elogiada pelo cara. Cadê a bagunçada, molecada?
Janis e todo um séquito de gerações queriam bagunçar o coreto e escandalizar as idéias daquele pessoal que vivia dizendo amém sem pensar. É isso que a juventude costumava querer. Até hoje. Sim, até hoje porque parece que a molecada está mais a fim de regras do que os seus pais.
Janis ainda não conseguiu entender o que a adolescência de 2010 quer. Nem eu. E acredito que nem eles.
Tá faltando um estrondo na História.
Andam dizendo que Woodstock 2010 vem aí. Vejamos.


"Time keeps movin' on,
Friends they turn away.
I keep movin' on
But I never found out why
I keep pushing so hard the dream,
I keep tryin' to make it right
Through another lonely day, whoaa."
Kosmic Blues, cantado por Janis Joplin


Inauguro mais um blog. Mais um depois de dois esquecidos e perdidos por aí. Ou seriam três?

O futuro desse de hoje pode se fartar em um mês ou um século. Definitivamente, eu não me obrigo, não me prometo. Ao menos, ao blog.

O fato é que, depois de alguns anos, fui surpreendida com uma vontade de escrever. Escrever além do cotidiano. Escrever além dos tec-tec jurídicos. Talvez esteja cultivando uma esperança desconfiada que algo novo bate à porta.

E aí encontro um espaço para uma nova escrita. Quero flertar com a arte como se ela me desejasse, mesmo sabendo que ela não precisa de mim para n-a-d-a.

Com isso tudo, sento na cadeira de veludo roxo, ao lado da parede gelada, acendo o abajur da vovó com sua luz amarela fraca, pego um charuto - mesmo não fumando - e começo a rodar Kosmic Blues, na voz de Janis, pelo vinil, no mesmo compasso do Cohiba cheiroso em minhas mãos. Deixo o pensamento fluir e acabo adormecendo na esperança de ter sonhos reveladores. Agora sim! Podemos começar.