terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ovelha nuvem

Eu estou longe de entender de publicidade, mas eu faço campanhas por prêmios para esse comercial da ovelha nuvem do Space Fox. A verdade é que eu nem me importo especificamente em ter o carro, mas eu queria ter uma ovelha nuvem. Oin.
Cara, que acerto incrível o Creedence. Um milhão de aplausos pros moços criativos da ovelha.

http://www.youtube.com/watch?v=lsfS0q1eGlM&feature=related

sábado, 31 de julho de 2010

Junto ao Bob


It's a restless hungry feeling

That don't mean no one no good

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ode ao gato

"(...) Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso. "Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.

O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio, é espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige. Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.

Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso , quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento. (...)" Ode ao Gato, de Arthur da Távola.

Absolutamente apaixonada por gatos. De todas as cores, de todos os tamanhos. Dos magricelos aos gorduchos. Se pudesse, adotava TODOS os que vejo caminhando pela rua. Feliz por ser acordada por miados safados que pedem comida logo cedo. Enebriada pela preguiça que me abate só ao ver uma bolinha de pêlo se engraçando no meu edredon. Orgulhosa por notar a exclusividade de carinhos que recebo. Paparicada quando estou doente. Amada em todos os momentos, mesmo quando ausente.

Isso é ter gatos na família. E só não são humanos porque são gatos. E são melhores assim.


[Ao som da narração de Eslovênia x EUA, pelo jogo da Copa do Mundo de Futebol 2010, na Rede Globo... uauuuuuu! Haha]

terça-feira, 15 de junho de 2010

É Gooool

Hoje é dia do Brasil. Na Copa do Mundo. Pelo menos hoje somos a notícia mais importante do dia e meio planeta Terra espera para ver a nossa bolinha correr pelo chão verde.

Hoje é dia em que o Brasil pára. Tudo fecha, menos os olhos. Grupos se aglomeram em volta da televisão. Casas e bares cheios. Ninguém quer perder aquilo que é o momento de glória do brasileiro. Estamos em meio a tríade: futebol, samba e mulher. Dá pra imaginar a festa, gringaiada?

Esse Brasil pára mais pela Copa do que pelo apagão. Um ópio consentido pelo povo. Por mais que você não goste desse ópio, é embriagado. O verde e o amarelo estão em todos os lugares: asfalto, janelas, camisetas, televisão, internet. Não há como fugir.

Já passei muita Copa do Mundo dormindo enquanto era acordada pelos gritos de GOOOLLL na madrugada. Já chorei pela vitória da Argentina. Todo brasileiro, algum dia, ficou feliz pelas nossas cinco taças.

Um brinde ao Brasil, meio sub-celebridade, meio ex-BBB, pelos seus cinco minutos de fama.

Brasil x Coréia do Norte. Chega mais aqui no sofá. Traz uma cerveja que o petisco já está na mesa. Começou!


[Ao som de Brazil is here, por Foals: http://www.youtube.com/watch?v=PUdTcidfLmE]

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pequenas epifanias

"Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome."
Caio Fernando Abreu

[Ao som de Trust me, por Janis Joplin. http://www.youtube.com/watch?v=8c215JM3PZY]

domingo, 6 de junho de 2010

Há tanto tempo que te amo

Esse é o título de filme que assisti por esses dias.
O francês dos diálogos, o francês da trilha sonora, o francês da história.
A película vale a pena, mas, se diretora eu fosse, teria dado à narrativa um drama mais geral. Também daria mais vida ao cenário, que tem tudo para falar sozinho. Mas sou advogada. Talvez o grande pulo do gato do filme seja a particularidade de Juliette e a frieza das janelas.
A verdade, porém, é que o grande achado do filme foi "Dis quand reviendras-tu?", de Jean Louis Aubert. Fala muito sobre mim.
Indico essa chanson para quem anda tão francês quanto eu.


Dis, quand reviendras-tu?
Dis, au moins le sais-tu
Que tout le temps qui passe
Ne se rattrape guère...
Que tout le temps perdu
Ne se rattrape plus!

[Ao som de Dis quand reviendras-tu?, de Jean Louis Aubert. http://www.youtube.com/watch?v=wwcZrdwQvcw]

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O Risco Rebelado


"Risco é uma palavra fascinante. Ela define, ao mesmo tempo, o ato de riscar de um lápis sobre um papel, marco de nascimento de qualquer arte, até o ponto de desequilíbrio onde a boa arte deveria existir, no território do desconhecido, do desconfortável e do incerto. Arte e Risco são palavras que andam juntas. Dos termos dos seguros que garantem a obra contra riscos até a ideia de fronteira de linguagem. Fazer Arte é arriscar, desconfortar, deslocar, revalorar a matéria e flertar com o perigo, com a possibilidade da perda (...)." Marcello Dantas, curador da exposição Rebelião em Silêncio, de Rebecca Horn, no CCBB de 21/05/2010 a 18/07/2010.


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Na medida dos pesos


Nas medidas dos pesos, peso o olhar.

Nos pesos das medidas, meço o sorriso.

Troco a nota.

Deixo de medir, deixo de pesar.

Apenas sinto a delícia que é acompanhar.

Escrito em 17/03/2008

[Ao som de Bebel Gilberto, Samba e Amor: http://www.youtube.com/watch?v=BFFkc7LjdYQ]

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Parecem que não querem ser

Tudo parece desencontro. Ou seria azar, inferno astral ou algo das maldosas mandingas? Sei lá. As coisas parecem que não querem ser. E essa maré carrega aflição.
É uma sensação de inadequado e de que o hoje poderia voar para o amanhã para que eu pudesse flertar com a clássica leveza de um domingo ensolarado pela manhã.
Viremos a página.

[Ao som do silêncio]

terça-feira, 18 de maio de 2010

Quando ainda se tem o que falar e o que se perguntar, ainda que seja um “como vai você?”, é melhor que os dois escolham um bom café, uma vista em branco e preto, uma chanson discreta. Resta sentar em cadeiras dispostas por testemunhas para que sejam acompanhados pela boa e velha nicotina dos tempos antigos.

Se a nicotina perdurará por muitos anos ou reviverá em apenas mais uma passada de olhos? A quem importa? O importante é desencontrar, reencontrar e ver que, mesmo que tenham parado de fumar, a nicotina ficou no corpo e nem fez mal à saúde, como diziam todos os outros que não eram aqueles dois.

Escrito em 09/04/2008


[Ao som de So What, Miles Davis e John Coltrane. http://www.youtube.com/watch?v=P4TbrgIdm0E]

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hoje estou meio.

Hoje.
Estou meio folk.
Meio amarelo-outono.
Chá inglês com chuva no Odeon.

Hoje.
Estou meio ruelas do Centro do Rio de Janeiro.
Meio vento furioso do Arpoador com suas ondas fortes.
Silêncio diurno e gandaia com tormenta nos Arcos da Lapa.

Hoje.
Estou meio cumplicidades.
Meio saudades.
Vontades.



"Eu confesso só me resta a vida inteira.
Só me resta vida em mi maior e lá."

[Ao som de Sweet Jardim, Tiê. http://www.youtube.com/watch?v=QMMljT-nkB0]

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Chapéus há muitos.

Dizem por aí, inclusive, que se relacionam com alguma coisa de hierarquia, condição social ou até mesmo a origem de alguém.

O atual chapeau começou como uma prerrogativa masculina e depois virou uma profusão de coroas pra cá e pra lá, que adornavam as cabeças iluminadas ou não de reis e rainhas. Até hoje a mulherada se emperequeta (?) com uns tipos enormes. Encontro até mesmo um monte de cabecinhas adornadas em rodas de samba da modernidade carioca.

Mas o chapéu dos meus sonhos estava bem distante de tudo isso. Era quase um modelo inglês.

Chapéus há muitos. Porém, ele era um misto de boina com boné, mas mais ajustado na cabeça. Tinha um veludo linear e coloração azul quase verde.

Eu havia experimentado uma centena de chapéus, mas só aquele me agradou. Só aquele me completou. Só aquele me encantou.

Sei lá se comprei, se ganhei ou se roubei.

Eu estava feliz de ter encontrado aquele chapéu, em meio a tantos outros que não se encaixavam. E o Chapeleiro Maluco ficou olhando encantado para o meu encantamento.

Era um sonho? Sei lá. Só sei demorei uma noite inteira para encontrá-lo e, quando vi, estava na minha cabeça. Azul meio verde.

Cadê Freud nessas horas para estudar os meus sonhos? Modéstia à parte, sou um achado para a psicanálise.

Acordo com vontade de encontrar o chapéu, mas sei que ele ficou lá.

Acordo meio Alice. Acordo meio Chapeleiro Maluco. Acordo Meio Maravilha.

Chapéus há muitos. Porém aquele misto de boina com boné, mas mais ajustado na cabeça, com um veludo linear e uma coloração azul quase verde, só tinha aquele. E ficou lá em meio a outros tantos. Era só mais um, mas esse um era só meu. E continua sendo meu até que eu sonhe de novo e volte para buscá-lo. Meio Alice. Meio Chapeleiro Maluco. Meio Maravilha.

[No clima do trailer de Alice, de Tim Burton: http://www.youtube.com/watch?v=DeWsZ2b_pK4&feature=fvw]

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Girassóis

De repente e não mais que de repente, cismei com o amarelo. E, como não podia deixar de ser, com os girassóis. Bateu uma vontade tremenda de fazer girar uma nuvem de letras ao redor de um girassol só para falar nele e lembrar o quanto é bonito e quanto me hipnotiza.

Espanta é o fato de eu nunca ter sido muito apaixonada por qualquer flor. Tudo bem, eu tenho afeto especial por orquídeas que, por acaso, também podem ser amarelas. E esse afeto pelas orquídeas é quase uma herança familiar. Minha avó amava as tais orquídeas e eu cresci com a minha mãe enfeitando a casa com diversos vasos delas. Entrar em um orquidário é quase um lanche da tarde em família. Mas comer flores não me apetece. Deixo para vocês.

Eu podia dizer aqui que os girassóis são plantas originárias da América do Norte e América Central cultivadas pelos povos indígenas para alimentação ou que Francisco Pizarro encontrou dizersos objetos incas e imagens moldadas em ouro que faziam referência aos girassóis, como figura do Deus do Sol, mas, não.

Prefiro ficar com as crendices de que os girassóis representam fama, sorte e felicidade. É mais poético e, sei lá, beira o esotérico.

Dispenso o mito da fama que os tais girassóis trariam porque eu não quero ser alvo de olhares curiosos. Por mais idissincrático que possa ser, quero um girassol discreto. E sempre quis ser. Posso ser mais um girassol no meio de tantos que, muito menos que me importar, eu agradeço.

A sorte, admito, não é muito minha companheira, mas ela toca a campainha em momentos decisivos.

E a felicidade, não sei o que significa, mas sinto. As coisas simples da vida estão ao meu redor, por mais que não sejam simples para todos. E isso me basta. Acho que isso é a tal felicidade. E se não for para os contrariados filósofos, para mim é. E, repito, isso me basta.

Agora só me resta enfeitar toda uma casa com girassóis, nas janelas, nas mesas e nos cantos. Para continuar com a sorte escassa e chamar a felicidade abundante. Também me resta renovar um guarda-roupa com uma série de blusas, calças, vestidos, sapatos e bolsas amarelos, dos mais variados tons, porque dizem que a cor do vestuário traduz o humor do usuário. Até cansar. E ver que outra cor pode representar qualquer coisa que, para mim, vai ter gosto do que eu quiser, mais uma centena de vezes. Com um quê de misticismo ou esoterismo, sei lá.

E isso me faz lembrar as cores do Ano Novo. E isso me faz lembrar as cores de festas de casamento. E isso me faz lembrar as cores de roupinhas de bebês. E isso me faz lembrar as cores do arco-íris. E isso me faz lembrar do branco. O branco que mistura qualquer cor, mas que, por hoje, não bate a minha fascinação pelo amarelo do girassol.


"Não ofereço perigo algum: sou quieto como folha de outono esquecido entre as páginas de um livro, definido e claro como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomado com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas se tocado por dedos bruscos num segundo me estilhaço em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, e mesmo assim insisto - meus gestos e palavras são magrinhos como eu, e tão morenos que, esboçados à sombra, mal se descatam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentido, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha."

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 4 de maio de 2010

O pé pelas mãos

Sorriso desfigurado Coração descompassado Céu perdeu o azulado Olhou de novo para o passado Meteu o pé pelas mãos E se cansou dos nãos Caminhou mais pesado O passo é arrastado Olhou para todo lado Foi de novo assaltado A fila do emprego Já não é mais para o Diego Resolveu dar uma de encantado E olhou para o cara perfumado De ouro lotado De mulher pra todo lado Conversou Negociou Vendeu Roubou Matou Morreu com 20 anos Deixou mãe com 35 anos Mulher com 15 anos Filho com 2 anos Choraram uns 10 minutos Correram pelos viadutos Começaram vida nova Esqueceram aquela desova Que durou 1 minuto Para aquele mané nada astuto

Escrito em 11/07/2004

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Segundas-feiras


As segundas-feiras são quase poéticas.
Mas até que seriam, se não fosse a burocracia.

As segundas-feiras são um quase início de semana.
Mas até que seriam, se não fosse o domingo.

As segundas-feiras são quase outras segundas-feiras.
Mas até que seriam, se não fosse o jornal.

As segundas-feiras são quase adocicadas por Caio ou embriagadas por Clarice.
Mas até que seriam, se não fosse a terça-feira.

As segundas-feiras são quase.
Mas até que seriam. Inteiras. Se fosse ele aqui.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

I know how rotten you are

Sister Alma: Is it really important not to lie, to speak so that everything rings true? Can one live without lying and quibbling and making excuses? Isn't it better to be lazy and lax and deceitful? Perhaps you even improve by staying as you are. (No response) My words mean nothing to you. People like you can't be reached. I wonder whether your madness isn't the worst kind. You act healthy, act it so well that everyone believes you--everyone except me, because I know how rotten you are.

In Persona.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Woodstock 1969 x Coachella 2010

Janis acordou às duas da tarde depois de uma noitada em Orleans. Resolveu tomar uma cafeína para variar. Puxou o jornal.
Eis que uma reportagem sobre o Festival Coachella 2010 chamou a sua atenção. Teve saudades daqueles tempos de 1969. Enojou a organização tão elogiada pelo cara. Cadê a bagunçada, molecada?
Janis e todo um séquito de gerações queriam bagunçar o coreto e escandalizar as idéias daquele pessoal que vivia dizendo amém sem pensar. É isso que a juventude costumava querer. Até hoje. Sim, até hoje porque parece que a molecada está mais a fim de regras do que os seus pais.
Janis ainda não conseguiu entender o que a adolescência de 2010 quer. Nem eu. E acredito que nem eles.
Tá faltando um estrondo na História.
Andam dizendo que Woodstock 2010 vem aí. Vejamos.


"Time keeps movin' on,
Friends they turn away.
I keep movin' on
But I never found out why
I keep pushing so hard the dream,
I keep tryin' to make it right
Through another lonely day, whoaa."
Kosmic Blues, cantado por Janis Joplin


Inauguro mais um blog. Mais um depois de dois esquecidos e perdidos por aí. Ou seriam três?

O futuro desse de hoje pode se fartar em um mês ou um século. Definitivamente, eu não me obrigo, não me prometo. Ao menos, ao blog.

O fato é que, depois de alguns anos, fui surpreendida com uma vontade de escrever. Escrever além do cotidiano. Escrever além dos tec-tec jurídicos. Talvez esteja cultivando uma esperança desconfiada que algo novo bate à porta.

E aí encontro um espaço para uma nova escrita. Quero flertar com a arte como se ela me desejasse, mesmo sabendo que ela não precisa de mim para n-a-d-a.

Com isso tudo, sento na cadeira de veludo roxo, ao lado da parede gelada, acendo o abajur da vovó com sua luz amarela fraca, pego um charuto - mesmo não fumando - e começo a rodar Kosmic Blues, na voz de Janis, pelo vinil, no mesmo compasso do Cohiba cheiroso em minhas mãos. Deixo o pensamento fluir e acabo adormecendo na esperança de ter sonhos reveladores. Agora sim! Podemos começar.