sexta-feira, 14 de maio de 2010

Chapéus há muitos.

Dizem por aí, inclusive, que se relacionam com alguma coisa de hierarquia, condição social ou até mesmo a origem de alguém.

O atual chapeau começou como uma prerrogativa masculina e depois virou uma profusão de coroas pra cá e pra lá, que adornavam as cabeças iluminadas ou não de reis e rainhas. Até hoje a mulherada se emperequeta (?) com uns tipos enormes. Encontro até mesmo um monte de cabecinhas adornadas em rodas de samba da modernidade carioca.

Mas o chapéu dos meus sonhos estava bem distante de tudo isso. Era quase um modelo inglês.

Chapéus há muitos. Porém, ele era um misto de boina com boné, mas mais ajustado na cabeça. Tinha um veludo linear e coloração azul quase verde.

Eu havia experimentado uma centena de chapéus, mas só aquele me agradou. Só aquele me completou. Só aquele me encantou.

Sei lá se comprei, se ganhei ou se roubei.

Eu estava feliz de ter encontrado aquele chapéu, em meio a tantos outros que não se encaixavam. E o Chapeleiro Maluco ficou olhando encantado para o meu encantamento.

Era um sonho? Sei lá. Só sei demorei uma noite inteira para encontrá-lo e, quando vi, estava na minha cabeça. Azul meio verde.

Cadê Freud nessas horas para estudar os meus sonhos? Modéstia à parte, sou um achado para a psicanálise.

Acordo com vontade de encontrar o chapéu, mas sei que ele ficou lá.

Acordo meio Alice. Acordo meio Chapeleiro Maluco. Acordo Meio Maravilha.

Chapéus há muitos. Porém aquele misto de boina com boné, mas mais ajustado na cabeça, com um veludo linear e uma coloração azul quase verde, só tinha aquele. E ficou lá em meio a outros tantos. Era só mais um, mas esse um era só meu. E continua sendo meu até que eu sonhe de novo e volte para buscá-lo. Meio Alice. Meio Chapeleiro Maluco. Meio Maravilha.

[No clima do trailer de Alice, de Tim Burton: http://www.youtube.com/watch?v=DeWsZ2b_pK4&feature=fvw]

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