Dona Janis já dizia: "I wanna talk about a little bit of loving." Acaba que isso envolve tudo, desde o sonho esquisito da noite insone até devaneios via Sartre. A cadeira está no canto da sala e o abajur se tornou peça decorativa. Sento por lá para pensar, mas cheguei à conclusão que pensar demais enlouquece. E enlouqueci. Welcome to the jungle! =)
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Começando a mudança de casa
Livro do dia
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Confissão. Dela.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Anotações Insensatas, Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Qual é o seu caminho?
terça-feira, 28 de junho de 2011
Informativo: Enxaqueca é coisa séria
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Dia "das alegria"
terça-feira, 21 de junho de 2011
Falando sozinha... blá blá blá
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Tamagoshi
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Orquídea lilás
terça-feira, 14 de junho de 2011
Acordar em 14 de junho
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Acordes musicais e o amor
terça-feira, 7 de junho de 2011
Dicas para dia 12.06 no RJ
terça-feira, 24 de maio de 2011
Músicas que falam por si. Dia de Cherbourg. Beirut.
Cherbourg
And a fall from you
is a long way down
I've found a better way out
And a fall from you
is a long way down
I know a better way out
Well it's been a long time
since I've seen you smile
Gambled away my fright
Till the morning lights shine
Sunday morning
only fog on the limbs
I called it again
what do you know
And I filled our days
with cards and gin
You're alight again, my dear
I will lead the way, oh, lead the way
When I know
And I'll slip away, oh, sweep away
What I don't
Well seize the way, oh, seize the way
No, I won't
I will lead the way, oh, lead the day
When I know
(Beirut)
Humanizar.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Folhas molhadas
terça-feira, 10 de maio de 2011
Esconderijo
Procuro a solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
Pensamento sem razão
Procuro esconderijo
Encontro um novo abrigo
Como a arte do seu jeito
E tudo faz sentido
Calma pra contar nos dedos
Beijo pra ficar aqui
Teto para desabar
Você para construir
Dundarundê aunde iê
(Ana Cañas)
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Inconformismo versus paz
“Não acredito mais em revolução social, mas em microrreformas, transformações pessoais que sem que a gente perceba influenciam a comunidade, o estado, o país.”
Lya Luft, Múltipla Escolha
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segunda-feira, 25 de abril de 2011
Antes de dormir, eu leio. Todos os dias.
Não é difícil dominar a arte de perder;
Tanta coisa parece preenchida pela intenção de ser perdida que sua perda não é nenhum desastre.
Perca alguma coisa todo dia. Aceite a novela
das chaves perdidas, a hora desperdiçada.
Não é difícil dominar a arte de perder.
Exercite se perdendo mais, mais rápido:
lugares, nomes, e pra onde mesmo você ia viajar?
Nenhum desastre.
Perdi o relógio de minha mãe e, olha só,
de três casas que amava, a última e a penúltima se foram.
Não é difícil dominar a arte de perder.
Perdi duas cidades adoráveis e ainda alguns domínios,
Propriedades, dois rios, um continente.
Sinto sua falta, mas não foi nenhum desastre.
Até mesmo perder você (a voz gozada, o gesto que eu amava),
não posso mentir. É claro que não é tão difícil dominar a arte de perder,
apesar de parecer, pode escrever, desastre.
Lya Luft, in Múltipla Escolha
“A falsa liberdade e a síndrome do ‘ter de’: essa é uma manifestação típica do nosso tempo, contagiosa e difícil de curar porque se alimenta da nossa fragilidade, do quanto somos impressionáveis, e da força do espírito de rebanho que nos condiciona a seguir os outros. Eu tenho de fazer o que se espera de mim. Tenho de ambicionar esses bens, esse status, esse modo de viver – ou serei diferente, e estarei fora.”
“O ‘ter de’ nos faz correr por aí com algemas nos tornozelos, mas talvez a gente só quisesse ser um pouco mais tranqüilo, mais enraizado, mais amado, com algum tempo para curtir as coisas pequenas e refletir. Porém temos que estar à frente, ainda que na fila do SUS.”
“Queremos mais que o possível, o espantoso: atividade, dinheiro, perfeição física, competitividade no trabalho, desempenho no amor, quem sabe até aquela foto na revista, a entrevista, os segundos de fama.
Mas sofremos a solidão no quarto, a ausência à mesa, a alegria perdida, o rosto onde nada combina, o silicone que escorre, a cicatriz que ressurge, e o tempo que ri de nós porque não o soubemos encarar. Enquanto nós, teatro mambembe de pequenos absurdos ainda não encontramos nem a roupa nem o texto, nem sabemos quem vai nos dirigir, platéia de nós mesmos, sentada no escuro.
Carentes de uma escuta interessada, não temos com quem falar. Para as decisões que devíamos tomar (às vezes o melhor é não fazer nada, mas refletir um pouco), precisamos de informação, que nasce da comunicação. Mas, no século dos mais altos decibéis, quando se trata da palavra somos desajeitados: temos medo de falar, e temor de silenciar.”
“As almas não vestem uniforme como nos antigos internatos ou nas festas modernas: somos individualidades entre as quais aqui e ali se constrói uma ponte, mas também se erguem paredes, que podem ser de vidro ou pedra bruta.”
“Vasculhar a alma do outro pode trazer decepções, não porque ele cometa pecados extraordinários, mas porque esperávamos encontrar ali a perfeição, e o outro se sentirá agredido.”
“Ao contrário do que se pensa, do questionamento pode resultar, em vez de mais confusão, simplicidade. Sossego e recolhimento para lamber as feridas, alisar os entusiasmos, pentear as emoções, voltar para a vida fazendo bonito. Pois a gente merece. Num instante de felicidade, talvez se consiga voltar ao colo dos afetos, ou procurar novos se os velhos não nos fazem bem. Caminhamos com incertezas soprando seu bafo em nosso calcanhar – por isso, mesmo trôpegos e tímidos, somos uns heróis no cotidiano e no transcendental.
A gente só teria de ser um pouco mais despojado, menos desconfiado, mais aberto – atento para não se enredar em princípios mofados ou modernosos demais, que para ouvidos mais despreparados parecem os mais interessantes.
Sempre foi duro vencer o espírito de rebanho, mas esse conflito se tornou quase esquizofrênico: por um lado, precisamos ser como todo mundo, é importante adequar-se, pertencer; por outro lado, é necessário criar e preservar uma identidade e até impor-se, às vezes transgredir para sobreviver. Em geral acabamos descobrindo ou inventando nosso papel, nosso roteiro, nosso caminho.
Porém, no fundo de cada um aquele olho da dúvida entreabre sua pesada pálpebra e nos encara, compadecido ou provocador: como estamos vivendo a nossa vida, quanto valemos, quanto decidimos ou somos tangidos, quanto estamos conscientes do nosso próprio drama e fraqueza, mas também da nossa força?
Em que medida prevalece em nós a vontade ainda infantil de que outros resolvam os problemas, ou quanto curtimos, dentro de nossas possibilidades, a aventura cotidiana de cada banal, ou extravagante, ou apenas indispensável opção?”
***
“Assumir um tom diferente ou mudar qualquer situação, ser o soldado com passo diferente, pode ser muito penoso: exige determinação, informação, ação fora da nossa geral ambigüidade. Mesmo em situações difíceis, mesmo sofrendo, queremos e não queremos mudar. Queremos e não queremos repensar a vida. Falsamente livres nesta que se diz uma sociedade liberada, tangidos por desejos e chamados de toda sorte, nosso território é a contradição: comodismo ou heroísmo, o que escolher?"
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