terça-feira, 9 de agosto de 2011

Confissão. Dela.


“Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros.” (Caio Fernando Abreu)



A perfeição está longe de todas as pessoas. Dela também.

Mas a diferença dela para todos os outros é que ela não deseja a felicidade de todas as pessoas. Há aqueles que muito ama e os quer bem. Há os indiferentes e os quer bem. Há os que não quer bem. Esses últimos a feriram tão imensamente que a distância que guarda não basta. Não quer os seus sorrisos também, já que os dela foram roubados. Para sempre.

Descobriu que a inércia é o único bem que pode e consegue fazer para os últimos. Tenta esquecer, imagina que o ferimento suportado a duras penas pode ter sido fruto de um grande orgulho que guarda dentro de si. Tenta mudar a ótica. Tentativas infrutíferas. Em sua inércia, não quer os sorrisos dos últimos.

Quando as suas feridas são reabertas, grita no seu quarto, com cortinas fechadas e luz apagada. No silêncio dos seus gritos abafados que é sua agressividade contida pelos que dizem que o certo é perdoar, dentre tantas tentativas perdidas, engole seco e as lágrimas sangram. Sai de casa como se nada tivesse acontecido.

Agora ela só quer descobrir como fechar essas feridas definitivamente. Nessa batalha pelo certo e errado, loucura tem sido mais forte do que ela. Tem sido o único caminho viável. Remédio, gaze e sangue. Cicatriz. Sua vida ficou marcada e seu sorriso foi roubado. Onde estão as respostas?

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