quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Qual é o seu caminho?


Tenho andado distraída por aí desviando dos pedaços de mim. Talvez, por isso mesmo, eu não tenha aparecido por aqui para escrever alguma coisa. É quase certo que seja esse o motivo que tenha me afastado das letras densas, do apanhado de pensamentos da caixola e das falas que me intrigam (muito provavelmente, só a mim mesma).

O batom vermelho, a roupa da estação, a bota de cano longo ou curto. Moda. Essas coisas todas não cansam a alma. Não a minha. Sequer são algo que eu considero verdadeiramente. Mas descansam. Fui me distraindo por essas beiradas. De fato, são um pouco de alguma coisa para alguém cuja auto-estima sempre foi das piores. Meu nome está nesta lista de chamadas, não é, consciência? Vamos valorizar um pouco do que é "legalzinho" no alto do momento mulherzinha, consciência?

Mas não me dou o trabalho de aprofundar psicologicamente isso ou aquilo no vestuário, vai. Eu só gosto de escrever. Quando me dou conta, o batom está na boca, a maquiagem está feita e a rua me espera. Percebi que recentemente cedi à fuga ao profundo porque vi o quanto a superfície é confortável. Meio mau isso, não é? Mas confesso que não tenho querido pensar muito não. Quase preguiça existencial.

Ai, ai, ai. Por outro lado, a minha consciência, só ela, é capaz de me conhecer como ninguém. Deixa-me caminhar sozinha por cinco, dez minutos - que sejam - por um mundo de frívolas diversões para que eu respire. Sabe que, por minhas próprias pernas eu caminho para mim mesma.

A cela da liberdade do "se conhecer cada vez mais" é meu caminho inexorável. É a única via possível para existir. Eis que o auto-conhecimento vem com uma profundidade que suga como o vácuo. A superfície azul e isenta que a maioria exala pelos poros não é real.

Se me distraio pelos cantos é para respirar, captar um pouco de ar pelos pulmões e dar mergulhos cada vez mais profundos naquilo que sou eu. Quem sabe um dia eu saberei responder a quem me perguntou "quem é Rebecca?" pois eu nunca sei.

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